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Vocalistas da Banda Seu Desejo integram grupo dos ricos que durante a pandemia receberam auxílio emergencial

Durante a pandemia, inúmeros candidatos a cargos políticos, com patrimônio declarado superior a 1 milhão de reais também apareceram como beneficiários do auxílio emergencial. Celebridades e filhos de celebridades igualmente receberam o benefício, ampliando ainda mais o sentimento de injustiça e revolta entre a população necessitada.

Um caso gritante foi o da banda Seu Desejo, cujos vocalistas Alessandro Angelo da Costa, o Ale Costa e Yara Washington da Cruz, conhecida como Yara Tche, receberam o auxílio emergencial em 2020 e 2021, com valores de quase R$9.825,00 para Yara Tchê e R$4.300,00 para Ale Costa, conforme Portal de Transparência do Governo Federal. Durante o mesmo período, os artistas continuaram realizando shows em formato de live e, em outubro de 2021, já cumpriam agendas lotadas em diversos municípios do Brasil, sem falar dos valores com plataformas streaming. Em suas redes sociais, era possível acompanhar os momentos das viagens, com registros de hospedagens em resorts e apresentações bem organizadas, evidenciando a manutenção de uma rotina profissional ativa e rentável.

Essa semana, uma nova polêmica envolvendo o nome de um empresário que, mesmo sem necessidade, recebeu auxílio emergencial durante a pandemia, publicada pelo Blog do Ricardo Antunes, reacendeu o alerta e revoltou diversos brasileiros que, em plena crise sanitária, tiveram seus pedidos negados ou cortados sem explicação. Afinal, como alguém com condições financeiras privilegiadas teve acesso a um benefício criado para atender famílias em situação de vulnerabilidade?

Vale salientar que, no caso dos vocalistas da banda Seu Desejo, foi evidenciado outro agravante, os dois viviam maritalmente, violando os critérios adotados pelo governo para a liberação do auxílio. A proposta original do auxílio emergencial, aprovada pelo Congresso Nacional, era clara: R$ 600 por mês (ou R$ 1.200 para mães chefes de família), destinado a trabalhadores informais, autônomos e pessoas sem outra fonte de renda formal. Entre os critérios, estavam: Não ter emprego formal ativo; Não receber benefícios previdenciários ou trabalhistas; Ter renda familiar de até três salários mínimos.

No entanto, o que se viu na prática foi uma série de fraudes e distorções, com artistas milionários, empresários e até políticos acessando o benefício, enquanto milhares de brasileiros realmente carentes enfrentavam dificuldades para aprovar o cadastro ou sequer entender o motivo da negativa.

Vale lembrar que a Lei Aldir Blanc, criada em meio à pandemia, ofereceu suporte financeiro aos trabalhadores da cultura. Mas a lei é específica: trata de auxílio ao setor cultural, com recursos canalizados diretamente para profissionais impedidos de trabalhar. Isso não se confunde com o auxílio emergencial comum, que tinha outro público-alvo.

Para muitos, esse caso simboliza a inversão de prioridades em políticas públicas mal fiscalizadas, onde quem precisa acaba excluído e quem pode se aproveita da fragilidade do sistema.

Enquanto isso, mães solo, catadores, diaristas e pequenos vendedores seguem esperando uma resposta: por que eu fiquei de fora?

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da banda Seu Desejo, mas até o fechamento desta matéria não recebemos nenhum retorno.

Marcus Oliveira

Marcus Oliveira

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