SIMCACE avalia avanços em 2025 e projeta lutas prioritárias para 2026, afirma a Presidente Rosileide Machado
- De: Marcus Oliveira
- dezembro 15, 2025
Durante entrevista, a presidente do Sindicato Metropolitano dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias (SIMCACE), Rosileide Machado Prado, fez um balanço da atuação da entidade ao longo do ano e apresentou as principais expectativas e desafios da categoria para 2026. Segundo ela, as lutas se concentram em três níveis: municipal, estadual e federal.
No âmbito municipal, Rosileide destacou a frustração do sindicato com a falta de avanços no diálogo institucional com a nova gestão. De acordo com a presidente, as pautas foram apresentadas ainda no período de transição ao prefeito eleito de Camaragibe, Diego Cabral, mas, até o momento, não houve uma resposta concreta.
“A nossa principal expectativa é que o prefeito cumpra as pautas que lhe foram apresentadas. Até agora, sequer tivemos a conclusão do processo de diálogo institucional para sermos recebidos oficialmente”, afirmou.
Ela relatou que, apesar de diversas reuniões com a Secretaria de Saúde, as demandas da categoria não saíram do campo das promessas.
“Houveram inúmeras conversas, mas, na prática, essas pautas não avançaram de forma efetiva. Enquanto tudo permanece apenas no diálogo, os direitos continuam pendentes e a população segue sendo prejudicada. O que está em jogo não é discurso, é a efetivação de direitos”, reforçou.
DESIGUALDADES ENTRE MUNICÍPIOS PREOCUPAM SINDICATO
Em relação à atuação Estadual, Rosileide explicou que a principal pauta do SIMCACE é a reorganização da luta da categoria de forma mais estruturada. O objetivo é garantir que a legislação já existente seja cumprida de maneira igualitária em todos os municípios de Pernambuco.
“O que percebemos hoje são muitas disparidades entre municípios dentro do mesmo Estado. As relações jurídicas e o respeito aos direitos da categoria ainda são extremamente desiguais, o que fragiliza os profissionais e compromete a valorização do nosso trabalho”, alertou.
PAUTAS NACIONAIS GANHAM FORÇA NO CONGRESSO
No âmbito federal, a presidente destacou avanços importantes e um maior protagonismo do SIMCACE em pautas históricas da categoria. Entre elas, a jornada de 30 horas semanais, o Incentivo Financeiro Anual (IPA) e a PEC 14, considerada o maior anseio dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. “A PEC 14 representa a garantia de uma aposentadoria digna para uma categoria que é pilar fundamental e exclusiva do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressaltou.
Segundo Rosileide, o sindicato tem atuado de forma estratégica no Congresso Nacional, o que tem contribuído para o avanço dessas discussões.
Crescimento e fortalecimento do SIMCACE em 2025 também foi marcado pelo crescimento do sindicato, tanto em número de filiados quanto em representatividade. “Não foi só o aumento de associados. A notoriedade do SIMCACE saiu do âmbito municipal e ganhou projeção estadual e nacional”, explicou.
Ela destacou o trabalho de compartilhamento de informações com profissionais de outros municípios de Pernambuco, de estados do Nordeste e de todo o país, além da atuação direta do sindicato em pautas nacionais. Esse trabalho, segundo a presidente, tem fortalecido a credibilidade da entidade e estimulado novas filiações.
Rosileide citou ainda a atuação do SIMCACE em espaços nacionais de representação, como o Fórum Nacional de Representação dos ACS e ACE (FNARAS), onde ocupa um cargo na diretoria, ampliando o alcance do sindicato mesmo em locais onde a filiação formal não é possível, como Fernando de Noronha.
INICIATIVAS E DESAFIOS PARA 2026
Ao projetar o próximo ano, Rosileide afirmou que as pautas nacionais são as que apresentam maior possibilidade de avanço em 2026, justamente pela experiência acumulada da categoria no Congresso Nacional.
“Hoje nós temos algo fundamental: capacidade de organização e respeito institucional junto aos parlamentares. Há compromisso real de parte significativa deles com as nossas pautas”, afirmou
Em contrapartida, ela reconheceu que a realidade municipal ainda é marcada pela falta de sensibilidade de gestores e parlamentares locais. “Falta reconhecimento, respeito e, principalmente, condições dignas de trabalho”, pontuou.
A presidente também chamou atenção para a precariedade enfrentada diariamente pelos agentes, que muitas vezes acaba recaindo sobre os próprios profissionais.
“Em cerca de 99% das vezes, as dificuldades não estão relacionadas à nossa atuação, mas à ausência de estrutura e recursos. Somos nós que estamos na linha de frente, que escutamos as reclamações e, em situações extremas, somos vítimas de agressões”, denunciou.
Ao final, Rosileide reforçou que a mobilização da categoria seguirá firme. “A luta continua sendo necessária, organizada e determinada, para que em 2026 a categoria avance em direitos, reconhecimento e dignidade”, concluiu.




