Camaragibe (PE) – A mais recente sessão da Câmara Municipal de Camaragibe foi marcada por debates acalorados após o vereador Ricardo Pedrosa (Republicanos), apresentar um projeto de lei propondo a concessão do título de “Cidadão Camaragibense” ao ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. A iniciativa causou forte reação nas redes sociais e entre cidadãos que acompanhavam os trabalhos da Casa Vicente Lacerda de Menezes.
Logo após a apresentação da proposta, a população se manifestou de forma massiva nas redes sociais e grupos de WhatsApp, questionando a pertinência da homenagem. Comentários como “Os vereadores de Camaragibe têm mais o que fazer”, “Cadê o presidente que não botou a cara aqui?”, “Loucura”, e “Vai trabalhar, vereador”, ilustram o descontentamento popular. A maioria das reações apontou a proposta como uma manobra política que ignora as reais necessidades do município.
A controvérsia se aprofunda quando se observa que a iniciativa do vereador Ricardo Pedrosa pode estar em desacordo com o próprio regimento interno da Câmara. O artigo 344 do documento estabelece critérios rigorosos para a concessão do título de Cidadão Camaragibense, restringindo essa honraria a pessoas que tenham contribuído de maneira comprovada com o município, especialmente nas áreas cultural, política, científica ou social.
A proposta de Pedrosa, ao que tudo indica, não apresenta justificativas concretas quanto aos relevantes serviços prestados por Bolsonaro ao município de Camaragibe. A ausência de vínculos claros com a cidade e o descumprimento dos requisitos regimentais são os principais pontos criticados e que precisam ser considerados na hora da votação.
Tal proposta vai além do que se declarar um “defensor dos valores conservadores e dos interesses da família”. O vereador, pelo que tudo indica, precisa estudar o regimento interno da Casa.
Enquanto isso, moradores cobram mais atenção às demandas urgentes do município, como saúde, segurança, infraestrutura e educação. Para muitos, a tentativa de conceder o título ao ex-presidente soa como uma distração desnecessária e uma carona ante a situação atual de saúde em que se encontra o ex-presidente.