Opinião

Opinião: A saída que não se explica: Dominique Oliveira e os bastidores da SDS

A provável exoneração da Secretária Executiva da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, Dominique Oliveira, causou mais do que surpresa: acendeu um sinal de alerta sobre os bastidores da pasta e a instabilidade nas relações internas do governo. Nomeada em setembro de 2023, Dominique vinha se destacando por sua atuação técnica, firme e resoluta. Seu estilo direto e seu desempenho à frente da SDS conquistaram elogios, e, ao que tudo indica, também alguns desafetos.

A repercussão da sua saída, ainda sem justificativa clara por parte do governo(e claro que não terá), levantou rumores sobre um possível racha na cúpula da Secretaria. Fontes ligadas à gestão apontam que o desconforto vinha crescendo por conta da visibilidade e da eficiência de Dominique, que começava a destoar do ritmo político adotado pela chefia da pasta.

É de se estranhar! Os números da SDS mostram uma queda nos índices de violência em diversas regiões do estado, uma estatística que certamente carrega a digital da secretária executiva. Quando os resultados são visíveis e positivos, mexer nas peças-chave do time parece, no mínimo, imprudente. Afinal, como já diz o ditado popular: em time que está ganhando, não se mexe.

A comparação com a corregedora geral da SDS, Dra. Mariana Souza, que certamente a substituirá, também é inevitável. Mariana, assim como Dominique, ocupa um posto estratégico e tem se destacado por uma atuação técnica consistente. Ambas compõem um eixo de comando que vinha funcionando, mas com atuações totalmente contrárias. Se havia algo a ajustar, certamente não parecia estar na performance profissional dessas gestoras.

A decisão, então, parece menos técnica e mais política. O Secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, corre o risco de minar a credibilidade de sua própria gestão ao abrir mão de quadros qualificados para acomodar disputas internas e vaidades institucionais. Jogar politicamente em um setor que exige precisão técnica e comprometimento com resultados pode custar caro, não apenas em capital político, mas, sobretudo, na eficácia da segurança pública.

Ao que tudo indica, Dominique pagou o preço por sua postura altiva, sua independência e pelos resultados alcançados. Nos corredores da SDS, o que se comenta é que seu “brilho” incomoda. Vaidade institucional? Ciúmes de gabinete? É difícil afirmar com certeza. Mas uma coisa é clara: há perdas que custam caro para a gestão, e Dominique Oliveira pode ser uma delas.

Por Marcus Paulo

Marcus Oliveira

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