O jogo político por trás da requalificação da Estrada de Aldeia
A recente abertura de licitação para a requalificação da PE-27, conhecida como Estrada de Aldeia, trouxe consigo um intenso debate sobre quem realmente deve ser creditado pela conquista da obra. Em meio às comemorações pela futura revitalização da rodovia, políticos surgiram reivindicando o mérito da articulação junto ao Governo do Estado.
Entre os primeiros a se manifestar está o Deputado Estadual João de Nadegi (PV), que destacou suas indicações e pedidos ao governo para que a obra fosse realizada. O deputado Pastor Júnior Tércio(PP), que reside na região, também se apresentou como peça-chave nas negociações.
Apesar das declarações, a realidade é que a PE-27 sofre há anos com problemas estruturais e pedidos de requalificação, sem que nenhuma gestão estadual tenha efetivamente priorizado a obra. O projeto foi oficialmente incluído no programa PE na Estrada, lançado pela governadora Raquel Lyra em outubro de 2024, que prevê um investimento de R$ 5 bilhões para recuperação de rodovias estaduais, incluindo a Estrada de Aldeia.
A movimentação política em torno do projeto levanta dúvidas entre os moradores, que se questionam se a obra realmente foi conquistada por pressões parlamentares ou se trata de uma estratégia da própria governadora para fortalecer sua imagem na Região Metropolitana do Recife.
O secretário executivo da Casa Civil, Igor Cadena, evitou responder sobre a motivação para a inclusão da estrada no pacote de requalificação, reforçando a ideia de que o governo estadual busca centralizar os créditos da iniciativa.
No fim das contas, independentemente de quem tente assumir o protagonismo, a população tem uma única preocupação: que a obra realmente saia do papel e garanta mais segurança e qualidade no tráfego da PE-27. Se a disputa por paternidade do projeto serviu para colocar o problema em evidência, o que os moradores esperam agora é que o interesse político não se sobreponha à execução eficiente da requalificação.
Por Marcus Paulo
