Política

Manobra em Camaragibe: saiba qual a verdadeira intenção do barulho em torno da votação de título a Bolsonaro

Enquanto os holofotes políticos da Câmara Municipal de Camaragibe se voltam para a disputa ideológica em torno da concessão do título de cidadão camaragibense ao ex-Presidente Jair Bolsonaro, um projeto de proporções milionárias tenta avançar discretamente nos bastidores do Legislativo local.

Sob o número 10/2025, o projeto de lei autoriza o município a contratar um empréstimo de até 50 milhões de dólares (cerca de R$ 290 milhões) junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), com garantia da União. O recurso, segundo o projeto, seria destinado ao “Programa de Desenvolvimento e Mobilidade Urbana”. No entanto, a falta de transparência e o momento escolhido para sua tramitação levantam suspeitas e indignação por parte da população atenta e de observadores políticos.

A manobra é considerada estratégica: enquanto a esquerda tenta usar o voto no título ao ex-presidente para barganhar apoio e destravar a aprovação do empréstimo, a direita bolsonarista se vê em uma armadilha política, responsável indiretamente em camuflar a votação desse projeto de endividamento de longo prazo.

De forma preocupante, vereadores que se dizem oposição ao prefeito têm se mantido em silêncio, mesmo diante da complexidade e das consequências do projeto. A pergunta que ecoa entre setores atentos da sociedade civil é direta: para que o prefeito quer movimentar até 290 milhões de reais em um ano pré-eleitoral, com um empréstimo que compromete o futuro financeiro da cidade?

Embora o Executivo alegue que os recursos visam impulsionar o desenvolvimento urbano de Camaragibe, a falta de detalhamento técnico sobre a aplicação dos recursos, o cronograma de execução e os impactos financeiros a longo prazo preocupam a sociedade mais atenta.

Estamos diante de um projeto audacioso, com potencial de endividar o município por décadas. É fundamental que a sociedade tenha acesso a todos os detalhes e que o Legislativo cumpra seu papel de fiscalizador, e não de avalista silencioso de interesses obscuros”, afirmou um analista político local.

O receio é que, ao se aproveitar do barulho ideológico entre esquerda e direita , o Executivo municipal consiga aprovar um projeto de alto impacto, sem o devido debate público.

A população de Camaragibe merece respostas claras e ações transparentes. Afinal, não se trata apenas de um título honorífico, mas de um projeto que pode comprometer o futuro de toda a cidade. A Câmara Municipal, nesse momento, tem uma escolha: proteger os interesses do povo ou se dobrar à conveniência política.

Por Marcus Paulo

Marcus Oliveira

Marcus Oliveira

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