A confirmação do ator José Loreto no papel de Jesus, na temporada 2025 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, gerou polêmica nas redes sociais e entre parte do público mais conservador. O motivo da controvérsia é o fato de Loreto ter interpretado o diabo no desfile da escola de samba Vila Isabel, durante o Carnaval do Rio de Janeiro deste ano.
A Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN), responsável pela produção do espetáculo, se posicionou oficialmente sobre o caso, defendendo a escolha do ator. Em nota, a entidade afirmou que “atores e atrizes possuem total liberdade para interpretar diferentes papéis ao longo de sua carreira” e que “o artista não deve ser confundido com os personagens que vivenciam em sua trajetória profissional”.
Ainda segundo a STFN, a experiência e o talento de José Loreto justificam sua escalação para o papel principal da encenação religiosa, considerada uma das maiores do mundo. “A produtora acredita que os papéis vividos pelo ator não causam nenhum entrave em sua participação na Paixão de Cristo”, conclui a nota.
Diante da repercussão negativa de parte do público, José Loreto quebrou o silêncio e usou as redes sociais para se manifestar. Em um vídeo, o ator ressaltou sua dedicação à arte da atuação e à complexidade dos personagens que escolhe interpretar. “O que mais me motiva na atuação é interpretar personagens extremos, mocinhos e vilões, e fazer o público rir, chorar e se questionar”, disse Loreto.
A dualidade entre os papéis — de diabo no Carnaval e de Jesus na encenação religiosa — reacendeu o debate sobre os limites da arte e a liberdade criativa dos artistas. Enquanto alguns internautas criticam a escolha, alegando desrespeito à fé cristã, outros defendem o profissionalismo do ator e o direito de interpretar diferentes personagens, inclusive antagônicos.
A estreia da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém está prevista para a Semana Santa de 2025, no município de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco. A expectativa é de mais uma temporada com grande público, apesar da polêmica.