Mal começou seu mandato como prefeito de Camaragibe, Diego Cabral já protagoniza uma polêmica que vai dar o que falar e causar revolta nos munícipes. Apesar de desfilar pela cidade promovendo supostas obras e ações que, em tese, beneficiarão a população, seu primeiro projeto de lei enviado à Câmara Municipal escancara prioridades que destoam das reais necessidades da cidade: um pedido de aumento salarial para ele, sua vice-prefeita e seus secretários municipais. Como se isso não fosse suficientemente questionável, o pacote inclui ainda a solicitação de auxílio alimentação para o secretariado.
O argumento utilizado pelo prefeito para justificar a medida é uma “recomposição correspondente ao percentual acumulado de 27,70%, conforme índice oficial do IBGE”. No entanto, é difícil para a população compreender como esse reajuste, apresentado no Projeto de Lei nº 01/2025, pode ser considerado uma necessidade urgente, especialmente em um município que enfrenta desafios significativos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
O presidente da Câmara de Vereadores, em uma atitude igualmente questionável, convocou uma sessão extraordinária para o próximo dia 28 de janeiro, classificando o tema como de “extrema importância e urgência”. Essa pressa em atender ao pleito salarial contrasta fortemente com a morosidade habitual do poder público para solucionar problemas críticos que afetam diretamente a vida dos cidadãos.
A indignação popular é compreensível. Em menos de 30 dias de mandato, o prefeito coloca em pauta um projeto que prioriza os ganhos do alto escalão de sua gestão, ignorando a difícil realidade enfrentada por grande parte dos moradores de Camaragibe. O município carece de serviços básicos eficientes Em recente visita ao Hospital Aristeu Chaves, o próprio prefeito se deparou com pacientes se recuperando em cima de colchões sem lençóis, o que chega a ser indigno para a população que tem seus direitos adquiridos.
Esse episódio levanta questões maiores sobre o papel e o compromisso dos gestores públicos. Ao assumir um cargo de liderança, espera-se que prefeitos e demais autoridades coloquem o interesse coletivo acima de benefícios pessoais. A decisão de Diego Cabral demonstra, ao contrário, uma desconexão preocupante com as demandas da população que o elegeu.
A população já considera esse ato um escândalo, e com razão. Se a gestão de Diego Cabral começou assim, é justo que os moradores de Camaragibe se questionem: quais serão as próximas prioridades do prefeito? A resposta, infelizmente, pode não ser animadora.
Por Marcus Paulo