Delegados reagem a aumento considerado “vergonhoso” e se preparam para possível retaliação
De: Marcus Oliveira
abril 26, 2025
Após uma assembleia extraordinária realizada na sede da Associação dos Delegados de Polícia Civil de Pernambuco (Adeppe), delegados da instituição decidiram adotar medidas de protesto diante do que consideram um reajuste salarial “vergonhoso” concedido pelo Governo do Estado.
O principal motivo da insatisfação foi o valor da gratificação destinada aos delegados titulares. De acordo com informações repassadas com exclusividade ao Correio de Notícias, atualmente as gratificações são fixadas em R$ 1.200,00, a categoria esperava um aumento de pelo menos 50%. No entanto, o reajuste concedido foi de apenas R$ 100, incorporado a um projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O projeto, que já é considerado “duvidoso” por parte dos servidores, foi elaborado e encaminhado sem qualquer diálogo prévio com a categoria.
Em resposta, os delegados deliberaram pela entrega coletiva das chefias das delegacias, o que deve deixar diversas unidades sem direção formal. Além disso, foi decidido que os plantões extraordinários não serão mais realizados, impactando diretamente na cobertura de horas extras. Outra medida aprovada foi a redução no cumprimento de metas estabelecidas, o que deve afetar o programa estadual “Juntos pela Segurança”, que depende do desempenho das unidades para alcançar seus objetivos.
Um e-mail foi enviado para toda a categoria, convocando a votação sobre as medidas a serem efetivamente implementadas nos próximos dias.
Atualmente, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) conta com 301 delegacias — sendo 82 Especializadas e 219 Circunscricionais. Em diversas unidades, os delegados acumulam titularidade, uma prática comum em estados com alta demanda por serviços de segurança pública.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que “o governo estadual autorizou a realização de concurso público para o cargo de delegado, com 90 vagas ofertadas. As nomeações, no entanto, estão previstas apenas entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026. A expectativa é que o reforço no efetivo contribua para a melhoria da segurança pública e do atendimento à população”.
Enquanto isso, a crise interna entre delegados e o governo tende a se agravar, impactando diretamente o funcionamento de delegacias e os serviços prestados à sociedade.
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