Um vídeo divulgado nas redes sociais pelo advogado Rafael Nunes, investigado por suposto crime sexual contra uma adolescente, segundo denúncia feita pelo pai da jovem, motivou uma manifestação pública do Conselheiro Tutelar, atleta e mergulhador, Isaías Lopes, citado diretamente pelo jurista.
No vídeo, Rafael Nunes afirma que após o caso o conselheiro teria sido beneficiado pelo genitor, citando um suposto passeio de lancha. O conselheiro nega todas as acusações.
Isaías lembra que alegações semelhantes já haviam sido apresentadas anteriormente pela mãe da adolescente, que abriu um processo na Vara da Infância, questionando a atuação do Conselho Tutelar. Segundo ele, o próprio procedimento judicial desmentiu as acusações.
“Esse caso já foi esclarecido na Justiça. A genitora da adolescente alegou exatamente as mesmas coisas e abriu um processo. Após minha defesa e o relatório do Ministério Público, que reconheceu que todo o procedimento foi feito de forma correta e técnica, ela mesma pediu a retirada da ação”, afirma o conselheiro.
Ele reforça que o Conselho Tutelar apenas cumpriu seu papel institucional ao acompanhar a adolescente na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Prazeres.
“Tomamos todas as medidas cabíveis para resguardar os direitos da adolescente, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Todo o protocolo foi seguido”, destaca.
Sobre a menção a um suposto passeio de lancha oferecido pelo pai da vítima, Isaías afirma que a narrativa é falsa.
“Não houve passeio de lancha. Após a pandemia, já depois de o caso ter sido judicializado, me matriculei num curso de mergulho por conta própria. Tenho os boletos pagos e todo o registro disso. A operadora pertencia ao genitor da adolescente, e me interessei pelo curso porque sempre quis mergulhar”, explica.
Ele afirma que realizou diversos mergulhos posteriormente, sempre pagos, e que planeja seguir se especializando na área, inclusive em cursos oferecidos no Rio de Janeiro, voltados à limpeza de cascos de navios.
“Não recebi benefício algum. Tudo foi pago, como posso comprovar. Não se tratou de amizade, nem de favorecimento”, declara.
Isaías reforça que nenhum dos conselheiros tinha relação prévia com a família envolvida.
“Fomos acionados pela DPCA. Não conhecíamos nenhuma das partes. Ao chegar à delegacia, buscamos o contato do pai da adolescente e o acionamos imediatamente. Ele se dispôs a assumir a responsabilidade pela filha diante da denúncia. Desde então, ela permanece com ele”, relatou.
O conselheiro também recorda um episódio ocorrido no dia do atendimento. “Na delegacia, o senhor Rafael se apresentou como advogado da mãe da adolescente. A delegada o impediu quando a própria adolescente informou que ele era seu padrasto e, na época, o denunciado na queixa-crime”, diz Isaías.