Durante anos, o vereador Geraldo Alves se projetou politicamente sob a bandeira da “causa animal”, em Camaragibe . Com discursos inflamados em defesa dos animais de rua e postagens nas redes sociais que destacavam sua suposta atuação como protetor dos pets, o parlamentar conseguiu se reeleger surfando em uma narrativa que, agora, começa a ruir diante dos fatos.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 2ª Promotoria de Justiça Cível de Camaragibe, com atuação na área de meio ambiente, emitiu uma recomendação à Prefeitura do município exigindo a criação de um Programa Municipal de Bem-Estar Animal. A medida revela um cenário preocupante: Camaragibe não possui nenhuma política pública formalizada para proteção e manejo ético de cães e gatos.
No documento, o MPPE destaca a ausência de um diagnóstico oficial da população animal da cidade, além da inexistência de ações sistematizadas para controle populacional, prevenção de maus-tratos e promoção da guarda responsável. A recomendação inclui diretrizes claras para que o Executivo Municipal, por meio de uma lei específica, estruture um programa que contemple atendimento veterinário gratuito, esterilização cirúrgica, vacinação, microchipagem, promoção de adoção e campanhas educativas regulares.
A cobrança do MPPE desmascara o discurso mantido por anos, não só pelo vereador Geraldo Alves, mas, também, pelo então secretário de obras do município e hoje prefeito, Diego Cabral, que junto com a então prefeita Dra. Nadegi e o deputado estadual João de Nadegi, se utilizaram da pauta para benefícios eleitoreiros, revelando uma pauta frágil, pouco efetiva e, principalmente, sem resultados práticos para os animais e para a população. Para muitos, trata-se do clássico caso do “gato escondido com o rabo de fora”: enquanto a retórica política era usada para angariar votos, a realidade mostrava um município sem estrutura, planejamento ou compromisso real com a causa animal.
Agora, a pressão está sobre o poder executivo para que cumpra a recomendação do MPPE e tire do papel uma política pública concreta, estruturada e capaz de atender às necessidades da população animal de Camaragibe. Algo que, até aqui, foi ignorado.