Camaragibe sem Perspectiva: Uma Gestão de Promessas Vazias
- De: Marcus Oliveira
- março 19, 2025

Na recente entrevista concedida à TV Nova Nordeste, o Prefeito de Camaragibe, Diego Cabral, demonstrou uma preocupante falta de visão estratégica para o futuro da cidade. Ao invés de apresentar um plano sólido de crescimento econômico, limitou-se a um discurso derrotista, descrevendo Camaragibe como uma cidade sem perspectivas e sem independência financeira. Ao mencionar que, no passado, a cidade abrigava uma fábrica, mas que hoje sobrevive basicamente do comércio local e da arrecadação de recursos federais, o prefeito apenas reforçou a sua falta de políticas públicas eficazes para fomentar a geração de emprego e renda.
O discurso do prefeito escancara a ausência de iniciativas concretas para o desenvolvimento econômico. Em vez de apresentar soluções inovadoras para atrair investimentos e fortalecer a economia local, ele se limitou a reconhecer os desafios da cidade, sem propor medidas concretas para superá-los. Enquanto cidades vizinhas avançam com políticas de incentivo a empresas e startups, Camaragibe parece estagnada sob uma gestão que apenas constata problemas, mas não os resolve.
Um exemplo claro de apropriação indevida de méritos está na requalificação da estrada de Aldeia. O prefeito tentou associar a obra ao seu governo, omitindo que se trata de um projeto estadual. Essa atitude revela a fragilidade de sua gestão, que, sem realizações próprias, tenta se apropriar de iniciativas alheias para demonstrar trabalho.
Segurança Pública: Comparações Vazias e Falta de Planejamento
Quando o assunto é segurança pública, Diego Cabral citou Cabedelo (PB) como referência, mencionando a instalação de um sistema de monitoramento eletrônico e a ampliação do efetivo da Guarda Municipal. No entanto, não detalhou prazos, orçamento ou como pretende viabilizar essas ações. A comparação com Cabedelo soa mais como um devaneio do que um plano realista, já que a realidade orçamentária e estrutural das duas cidades é completamente diferente. Além disso, não houve qualquer menção a medidas para melhorar a iluminação pública, reforçar o policiamento ostensivo ou combater as causas estruturais da violência.
Mobilidade Urbana: Falhas na Organização da Cidade
A promessa de um binário ligando o Ramal da Arena à PE-027, em parceria com o Governo do Estado, pode até parecer um avanço, mas não toca no problema mais evidente da cidade: o caos urbano do Centro de Camaragibe. A proliferação descontrolada de ambulantes, a desorganização do trânsito e a falta de fiscalização, criam um ambiente caótico que prejudica comerciantes, pedestres e motoristas. Em vez de um discurso evasivo sobre projetos milionários que sequer têm previsão para sair do papel, o prefeito poderia apresentar medidas concretas para reorganizar a mobilidade no coração da cidade.

Saúde e Infraestrutura: Um Legado Ainda Invisível
Ao afirmar que sua maior marca será melhorar a saúde e a infraestrutura da cidade, Diego Cabral mais uma vez fica preso ao campo das promessas. A pavimentação de 100 ruas por ano, por exemplo, parece uma meta ambiciosa, mas até o momento, ele ainda depende de licitações herdadas da gestão anterior, sem transparência nos recursos utilizados. Além disso, não há um projeto claro para melhorar o atendimento médico, ampliar a rede de unidades de saúde ou garantir insumos básicos para a população.
Para piorar, o prefeito começou um seminário no Tribunal de Contas do Estado, em que será discutido a transparência pública, justamente um dos pontos mais frágeis de sua gestão. Até agora, Camaragibe não dispõe de um Portal de Transparência eficiente e a população continua sem acesso claro às informações sobre gastos, licitações e contratos municipais.
Conclusão: Gestão Sem Direção
A entrevista de Diego Cabral escancara uma administração perdida, sem projetos concretos e sem capacidade de liderar a cidade rumo ao desenvolvimento. Ao invés de transmitir confiança e apresentar um planejamento sólido, o prefeito mostrou desconhecimento da realidade local e usou discursos genéricos e frases prontas para encobrir a falta de ações efetivas.
Enquanto isso, Camaragibe segue sem perspectiva de crescimento, refém de uma gestão que promete muito, mas entrega pouco.
Por Marcus Paulo