Camaragibe: Documento revela que toda confusão foi organizada ainda no momento da Cerimônia de posse do Prefeito e Vereadores
- De: Marcus Oliveira
- janeiro 4, 2025

A situação na Câmara Municipal de Camaragibe segue marcada por disputas e controvérsias, envolvendo a cerimônia de posse dos vereadores e a eleição da Mesa Diretora. Em entrevista ao Correio de Notícias, o Vereador Paulo André acusou o Prefeito Diego Cabral de “orquestrar” os acontecimentos que culminaram na confusão durante o evento.
De acordo com Paulo André, a eleição da Mesa Diretora ocorreu de maneira legítima, já que a cerimônia de posse havia sido formalmente iniciada, mesmo após os vereadores da base do prefeito terem se retirado do plenário. Ele sustenta que não havia necessidade de interromper a sessão, o que aconteceu, quando os vereadores concluíram a cerimônia, legitimando a Mesa Diretora. “A sessão já havia sido aberta e poderia continuar com os vereadores presentes”, argumentou.
A situação se agravou após o vereador Geraldo Alves ingressar com uma ação declaratória de vacância do cargo de presidente da Câmara. No entanto, Geraldo enviou à 3ª Vara Civel de Camaragibe um requerimento desistindo do processo devido a um erro de distribuição, já que a ação deveria ter sido enviada ao plantão judiciário, mas entrou com uma nova ação no plantão judicial, onde a Câmara precisa acostar a ata de eleição. Na opinião de Paulo André, a desistência do processo evidencia uma confissão de Geraldo sobre a legitimidade da Mesa Diretora. Apesar disso, Geraldo declarou que continuará aguardando a decisão judicial para esclarecer a situação e conduzir a eleição da Mesa, no prazo previsto no Regimento Interno da Câmara.
Uma curiosidade envolvendo o conflito veio à tona: durante a mediação entre a Polícia Militar e os vereadores, no dia 1º de janeiro, Geraldo Alves não revelou ser o autor do ofício que solicitava a proteção da Câmara. No entanto, documentos aos quais o Correio de Notícias teve acesso com exclusividade mostram que Geraldo já tinha ciência da ação da Guarda Municipal. A “proteção” foi autorizada pela prefeitura em despacho assinado pelo comandante da Guarda, Clóvis Gomes, às 18h20 do mesmo dia. Vizinhos alegam terem visto a ação da Guarda Municipal ainda à tarde. Ou seja, todo conflito poderia ter sido evitado se tivesse havido um diálogo entre os pares da Casa Vicente Lacerda de Menezes. A Câmara aguarda a empresa de vigilância entregar as imagens, para confirma o momento exato da ação que trancou a Casa.
Algumas perguntas certamente vão permear os pensamentos dos mais atentos. Em que momento foi impresso o ofício à Guarda? Se ficar confirmada a ação da Guarda Municipal para trancar a Câmara, ainda à tarde, como alegar falta de Quórum para a eleição de posse da Mesa? Por quê a saída dos vereadores da base da cerimônia?

Enquanto isso, Paulo André afirma estar exercendo suas funções como Presidente da Câmara Municipal de forma normal. “Estou despachando regularmente, pois sou o legítimo presidente”, declarou ele, reforçando sua posição na disputa e assegura que o prefeito Diego Cabral poderá ser novamente convocado para uma outra cerimônia de posse, podendo ser substituído pelo Presidente da Câmara, caso não compareça .
A situação expõe o clima de instabilidade política no município, com a Câmara Municipal dividida e sob a expectativa de uma resolução judicial para pacificar o cenário. O processo segue sob a decisão da Justiça, existindo a possibilidade de nova convocação do prefeito.
Entramos em contato com a Assessoria de Comunicação do Prefeito, mas até o fechamento da matéria não recebemos nota de esclarecimento.
Por Marcus Paulo