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Aumento de Casos de Arboviroses Preocupa Pernambuco e Expõe Desafios na Gestão de Saúde dos Municípios

  

Nas três primeiras semanas de 2025, Pernambuco registrou, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado, 559 casos de dengue, dos quais 27 foram confirmados. Duas mortes estão em investigação. Além disso, foram contabilizados 80 casos prováveis de chikungunya, com dois confirmados, e quatro casos prováveis de zika. Atualmente, 27 municípios estão em situação de risco de surto, o que acende o alerta para a necessidade de ações rápidas e eficazes.

Diante desse cenário, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco   lançou o Plano de Enfrentamento das Arboviroses 2025/2026. O documento busca organizar a prevenção, o controle e o manejo de doenças transmitidas por vetores, como dengue, chikungunya, zika e febre do Oropouche, que vem preocupando especialistas após sua identificação no estado em 2024. O plano aborda o perfil epidemiológico das arboviroses, as estratégias de vigilância e a estrutura da rede de saúde para responder a surtos e epidemias.

Preocupação com o Enfrentamento: Exoneração de Agentes Compromete Ações

Apesar das medidas anunciadas, especialistas apontam um grande obstáculo à eficácia do plano: a exoneração de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) em diversos municípios pernambucanos. Essas demissões ocorrem em um momento crítico, quando esses profissionais são essenciais para o combate às arboviroses e para outras demandas, como a prevenção da raiva, que recentemente causou uma morte no estado.

Sem a presença de agentes qualificados, corre-se o risco de se perder o vínculo com a comunidade, que é crucial para a educação em saúde, o monitoramento de criadouros do Aedes aegypti e o acompanhamento de casos suspeitos. Com o aumento dos casos, a falta de profissionais qualificados pode agravar a situação, comprometendo não apenas o enfrentamento das arboviroses, mas também o controle de outras doenças transmitidas por vetores.

Ação Integrada e Apoio Municipal São Cruciais

O plano estadual prevê ações integradas de vigilância epidemiológica, entomológica e laboratorial, mas depende do apoio dos municípios para sua execução. A exoneração dos agentes vai na contramão das diretrizes e coloca em risco os esforços de contenção de possíveis surtos.

A SES-PE reforça que é fundamental a colaboração entre estado e municípios para garantir a eficácia das ações. Entre as principais medidas previstas estão: Mobilização comunitária para eliminação de criadouros, ampliação da capacidade de diagnóstico e atendimento na rede pública, monitoramento contínuo das arboviroses e doenças emergentes.

Com o início de 2025 marcado pelo aumento expressivo de casos, o sucesso do enfrentamento depende de decisões políticas alinhadas às necessidades da saúde pública. O momento exige união entre governo estadual e prefeituras para que Pernambuco possa superar mais esse desafio sanitário e evitar uma nova crise epidemiológica.

Marcus Oliveira

Marcus Oliveira

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