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Assédio Moral na Secretaria de Direitos Humanos: O contrassenso que envergonha Pernambuco

O Diário Oficial desta quinta-feira (30), trouxe uma notícia preocupante, e, para muitos servidores, revoltante, em pleno mês dedicado ao funcionalismo público: a denúncia de assédio moral dentro de uma das pastas mais sensíveis do Governo de Pernambuco, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência (SJDHPV).

É inaceitável que um problema tão grave, que corrói o ambiente de trabalho e destrói a saúde mental de servidores, esteja acontecendo justamente em uma Secretaria cuja missão é defender direitos, combater abusos e proteger a dignidade humana. Ainda mais quando o foco da crise estaria na Secretaria Executiva de Direitos Humanos, comandada por Gláucia Andrade, pessoa de confiança da Secretária Joana Figueiredo e “apadrinhada” do ex-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho.

Informações obtidas pelo Portal Correio de Notícias, revelam que servidores teriam se reunido com a Secretária Joana Figueiredo para relatar o clima insustentável de tensão. Há relatos de que colaboradores se calam ou se retraem diante da presença de gestores da Executiva, num ambiente marcado por medo, autoritarismo e práticas tóxicas de liderança.

O contraste é gritante: enquanto a Governadora Raquel Lyra tem investido em campanhas de valorização e saúde mental no serviço público, com a Controladoria-Geral do Estado promovendo palestras sobre gestão saudável e prevenção ao assédio, dentro da Secretaria de Direitos Humanos o discurso parece não passar de papel.

A contradição salta aos olhos. A secretaria que deveria ser exemplo de empatia e equilíbrio emocional tornou-se palco de opressão e silenciamento. E o que é ainda mais grave: trata-se de uma pasta responsável por programas que lidam com pessoas sob risco de morte e situações de extrema vulnerabilidade, como o PPCAAM (Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte), o PROVITA (Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas) e o PEPPDH (Proteção a Defensores de Direitos Humanos).

Como exigir sensibilidade dos técnicos e coordenadores se o próprio ambiente interno é regido por gestores de perfil narcisista e tirano? Como garantir a efetividade de políticas públicas que dependem da confiança, da escuta e da empatia, se o medo se tornou a linguagem cotidiana?

A Governadora, que tem se posicionado publicamente pela defesa dos direitos humanos, precisa olhar com urgência para o que acontece dentro de sua própria casa. O exemplo deve começar dentro da gestão.

Enquanto isso, servidores adoecem em silêncio, programas perdem eficiência e o Estado, que deveria ser guardião dos direitos humanos, passa a ser visto como violador deles.

Até quando Pernambuco vai aceitar que o assédio moral seja tratado como “gestão de resultados”?

Marcus Oliveira

Marcus Oliveira

Sobre o Autor

O Portal Correio de Notícias, liderado pelo jornalista Marcus Oliveira desde sua fundação em 2019, é referência em jornalismo ético e imparcial em Pernambuco. Com foco em política, cidades, entretenimento e opinião, o canal se consolida como uma fonte confiável, conectando e informando os pernambucanos com credibilidade e inovação.

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